H. C. ANDERSEN, A PEQUENA SEREIA E TRITÃO, O PACIFICADOR DAS ÁGUAS DO MAR / JOÃO SCORTECCI

O escritor e dramaturgo dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 – 1875) escreveu peças de teatro, contos, canções patrióticas e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido. Seus contos já foram traduzidos para mais de 125 idiomas e inspiraram inúmeras peças de teatro, óperas, sinfonias e filmes. É autor dos clássicos infantis O patinho feio, O soldadinho de chumbo, A pequena sereia, entre outros. Na adaptação cinematográfica em desenho animado, pela Walt Disney Productions, de A pequena sereia, conta-se a história de uma jovem sereia – não muito bonita – que vivia num reino subaquático com seu tio-avô, o Rei dos Mares, sua tia e suas cinco irmãs mais velhas e que sonhava em, um dia, conseguir uma alma e o amor de um príncipe humano. A história contém todos os ingredientes de uma grande tragédia, com bruxas, poções mágicas, afogamento, quase assassinato, suicídio, dor física, sofrimento e corações partidos. Lendo artigo na Internet sobre o conto e o filme, o que me chamou a atenção foi Tritão, representação masculina de uma sereia, deus marinho da mitologia grega, conhecido como o “Rei dos Mares”, representado com cabeça e tronco humanos e cauda de peixe. Tritão – na mitologia grega – é o fiel servidor e protetor de seus pais – Posídon e Anfitrite –, atuando como mensageiro e pacificador das águas do mar, para que a “carruagem” de seus pais deslize com segurança pela vida das águas. Para isso, utiliza-se de búzios como instrumento musical, produzindo uma música apaziguadora. Tritão – no conto de Hans Christian Andersen – aparece como pai da pequena sereia que, ao completar 15 anos de idade, segundo a tradição do reino é autorizada a nadar até a superfície e conhecer o mundo dos humanos. E eu que pensava que “debutar” era coisa antiga, fora de moda, que não se fazia mais nos dias de hoje! Salvo engano, errei! A Internet de serviços está repleta de ofertas para quem quer debutar e, oficialmente, “entrar para a sociedade”, expressão usada antigamente. Alguém – a título de negócio oportuno – deveria, então, fabricar e vender medalhinhas de São Tritão, o pacificador.

João Scortecci