Em 18 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil, do Autor e do Editor, em homenagem a José Bento Monteiro Lobato (Taubaté/SP, 18.04.1882 – São Paulo/SP, 04.07.1948), o precursor da literatura infantil brasileira, autor de dezenas livros para crianças e adultos – romance, contos, ensaios –, que também atuou como editor e tradutor, entre muitas outras atividades. Como editor, abriu espaço para escritores na Revista do Brasil, que adquiriu em 1918 e vendeu para fundar em 1925 a Editora Monteiro Lobato & Cia, depois Companhia Editora Nacional, e se dedicou arduamente ao trabalho de elaboração de padrões tecnológicos editoriais inovadores, envolvendo produção gráfica e distribuição de livros. Engajou-se na causa do nacionalismo, como a defesa do petróleo brasileiro e a crítica a costumes e hábitos “atrasados” sintetizados na figura do Jeca Tatu. A partir de 1921, com a repercussão exitosa de A menina do narizinho arrebitado, seu primeiro livro para crianças, que deu origem ao Sítio do Picapau Amarelo, dedicou-se à literatura infantil, por meio da produção de obras originais, com personagens, costumes, cenários e histórias tipicamente brasileiros, e tradução/adaptação de obras estrangeiras; e à literatura didática, ensinando história, geografia, matemática, física e gramática como parte de suas histórias. Seus livros foram traduzidos para 13 idiomas, as histórias do Sítio do Picapau Amarelo foram adaptadas várias vezes para TV, foi membro da Academia Paulista de Letras, recusou indicação para a Academia Brasileira de Letras. Sobre as variadas e polêmicas facetas de sua vida e sua obra (em domínio público desde 2018), há atualmente uma multiplicidade de importantes estudos disponíveis em livros, artigos e também em sites da Internet e na Wikipedia. Quanto a mim, não li Lobato na infância, como fizeram muitos de minha geração que recordam a importância da obra lobateana em sua formação. Tornei-me definitivamente sua leitora como professora e orientadora de pesquisas acadêmicas sobre literatura infantil e juvenil, depois como mãe e avó. Suas personagens e histórias continuam me alegrando e aos leitores das novas gerações. E, apesar da polêmica atual sobre racismo em sua obra, seu legado como editor, escritor e tradutor Dispensa apresentações. Lobato é Lobato.
Maria Mortatti
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Como citar este texto: MORTATTI, Maria. Lobato é Lobato. 2023. Disponível em: https://www.livroseautores.com.br/2023/04/lobato-e-lobato-maria-mortatti.html
