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SEGURANÇA POR OBSCURANTISMO: IMPOSSÍVEL RASGAR, IMPOSSÍVEL ESQUECER! / JOÃO SCORTECCI

Johannes Trithemius é o pseudônimo do polímata e monge beneditino alemão Johannes Heidenberg (1462 – 1516), que se tornou ilustre na Renascença Alemã como lexicógrafo, cronista, criptógrafo e ocultista, influente no desenvolvimento do ocultismo moderno. Foi, também, mestre de Henrique Cornélio Agrippa (1486 – 1535), intelectual polímata e influente escritor do esoterismo da Renascença e de Paracelso, pseudônimo do médico, alquimista, físico, astrólogo e ocultista Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493 – 1541). “Tritêmio” é uma lusitanização de “Trithemius”, nome da aldeia alemã de Trittenheim, localizada no distrito Bernkastel-Wittlich, no estado de Renânia-Palatinado. Johannes Trithemius criou a esteganografia – do grego "escrita escondida” –, técnica que consiste em esconder um arquivo dentro do outro, de forma criptografada, forma de segurança por obscurantismo. O primeiro uso registrado da palavra data do ano de 1499, no livro de sua autoria intitulado Steganographia. Trithemius ficou conhecido, também, por suas pesquisas sobre ocultismo e magia. Desenvolveu um método secreto que possibilitaria influenciar e dominar a mente de qualquer pessoa, por mais que ela tentasse resistir ao domínio. O manuscrito com o método secreto foi destruído após a sua morte. É importante frisar a diferença entre criptografia e esteganografia. Criptografia oculta o significado da mensagem e esteganografia oculta a existência da mensagem. A criptografia (em grego: “kryptós”, "escondido", e “gráphein”, "escrita") é uma área da criptologia que estuda técnicas da comunicação segura. Refere-se à construção e à análise de protocolos que impedem terceiros de lerem mensagens privadas. Muitos aspectos em segurança da informação, como confidencialidade, integridade de dados e autenticação, são centrais para a criptografia moderna: comércio eletrônico, cartões de pagamento baseados em chip, moedas digitais, senhas de computadores e comunicações militares. Nos anos 1960 – menino de tudo – rabisquei na contracapa de um caderno – no formato de palavras cruzadas – um enigma. O meu primeiro enigma. O estratagema misturava letras, números e letras do alfabeto grego. Guardei o caderno durante alguns anos. Um dia, do nada, sumiu de vez. Desconfio que Trithemius o tenha “levado”. Lendo sobre “criptografia” descobri que Trithemius, na verdade, está no âmago do meu coração de poeta: as informações podem estar em repouso, como um arquivo em um disco rígido, em trânsito, como comunicação eletrônica trocada entre duas ou mais partes ou em uso, durante a computação de dados. Impossível rasgar, impossível esquecer!

João Scortecci