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"LIEV" NÃO É A MESMA COISA QUE "LIVE" / JOÃO SCORTECCI

Eu e o Google. Digitei “Liev” e ele me entregou “Live”, que significa show, sarau, programa, emissão ou qualquer outro evento do mesmo gênero gravado ao vivo e transmitido remotamente, on-line. E o Tolstói? O russo danado de escrever sem-fim, autor de Guerra e Paz? Fechei o navegador e digitei novamente: "Liev". O danado - desta vez - entregou-me Liev Tolstói (Lev Nikolaevitch Tolstói, 1828 – 1910). Não li Guerra e Paz. A obra não faz parte – ainda - –da lista de livros do meu “ler antes de morrer”, algo assim. Guerra e Paz, romance histórico escrito por Tolstói e publicado – aos goles – entre 1865 e 1869, no Russkii Vestnik, um periódico famoso da época. O livro narra a história da Rússia na época do estadista e líder militar francês Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) e as guerras napoleônicas. O primeiro rascunho de Guerra e Paz foi concluído em 1863. Um terço de todo o trabalho já havia sido publicado no Russkii Vestnik com o título 1805. Não satisfeito com o final, Tolstói reescreveu a obra entre 1866 e 1869 e a publicou sob o título definitivo de Guerra e Paz. A obra em russo tem 1.225 páginas e está dividida em quatro livros, com 15 partes e dois epílogos, um narrativo e o outro temático. Antes de publicar o post – cearense desconfiado que sou – abri pela terceira vez o Google e digitei “Liev”. Ele entregou: Isaac Liev Schreiber – ator, diretor, roteirista e produtor norte-americano. Adoro sacanagens!  Liev Tolstói foi pai de uma penca de filhos, treze deles com Sophia Andreevna Behrs, sua esposa, sendo sete deles, durante o período que escreveu e reescreveu Guerra e Paz. Tolstói morreu de pneumonia, aos 82 anos de idade, na estação de trem de Astapovo, centro administrativo do distrito de Lev-Tolstovsky de Lipetsk Oblast, na Rússia. Antes de morrer, escreveu sobre a experiência da morte. "Trabalho, morte e doença” é um conto do ano de 1903, na forma de uma parábola: “Deus criou a morte. A esperança era que uma morte imprevisível fizesse os homens valorizarem a vida, mas em vez disso criou ainda mais desigualdade à medida que os fortes ameaçavam os fracos com a morte.”. Numa viagem a Paris visitei o megalomaníaco túmulo do imperador Napoleão. Na entrada do mausoléu um tapete de pedrinhas de rio. Catei uma e a coloquei no bolso, para levá-la de lembrança, claro. Fui grampeado, no ato. Recebi ordem para colocá-la de volta, no mesmo lugar. Foi o que fiz. Fiquei passado. Talvez isso explique – mas não justifique – não ter lido, ainda, Guerra e Paz do Liev. Acontece.

João Scortecci