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CONRADUS CELTIS: O COLECIONADOR DE POETAS / JOÃO SCORTECCI

O poeta, historiador e humanista alemão Conradus Celtis (1459-1508) foi também colecionador de manuscritos em grego e latim, quando exerceu o cargo de bibliotecário da biblioteca imperial fundada por Maximiliano I, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Arquiduque da Áustria e Rei da Germânia, de 1497 até sua morte, em 1519. O imperador homenageou Celtis, oferecendo-lhe um “privilegium” imperial como professor da arte da poesia e da conversação. Em Viena, deu aulas sobre os manuscritos dos escritores clássicos e, em 1502, fundou o Collegium Poetarum, destinado à formação de poetas. Quando jovem, formou-se em artes liberais na Universidade de Colônia e se graduou na Universidade de Heidelberg – ambas na Alemanha –, atraído pela presença do humanista holandês Rudolf Agricola (Roelof Huesman, 1443-1485). A grande obra de Celtis – e a única publicada em vida – foi Quatro livros de amor (Quattuor libri amorum), de 1502. Para muitos críticos, essa é a contribuição mais original do humanismo alemão à literatura renascentista. Celtis também editou e publicou diversos textos sobre a história e a cultura alemã e fundou academias literárias, entre outras atividades, durante os 10 anos em que viajou pela Europa. Em 1488, na Cracóvia, Polônia, fundou a Sodalitas Litterarum Vistulana, uma sociedade literária com base nas academias romanas. Em 1490, na Hungria, fundou a Sodalitas Litterarum Hungaria, mais tarde conhecida como Sodalitas Litterarum Danubiana, com sede em Viena, Áustria. Em Heidelberg, Alemanha, fundou a Sodalitas Litterarum Rhenana. Conradus Celtis, o colecionador de poetas, morreu de sífilis, em Viena, no dia 4 de fevereiro de 1508, aos 49 anos de idade.

João Scortecci